Maria Encarnação Beltrão Sposito e Raul Borges Guimarães destacam que o coronavírus impactou e impacta a vida de muitos, ocasionando diversas preocupações e uma saturação do sistema de saúde. Uma das medidas tomadas ligadas ao COVID-19 refere-se ao isolamento social, onde busca-se diminuir ou até mesmo evitar a disseminação do vírus.
O artigo classifica a nova doença como a primeira pandemia da era contemporânea,
fazendo menção à gripe espanhola, em 1918, que matou cerca de 50 milhões de pessoas. A diferença entre elas é que na segunda,por exemplo, a disseminação de doenças contagiosas no passado era entre pessoas infectadas ou outros vetores de contato, já a primeira possui uma dimensão maior, que vai além das fronteiras, podendo ir de um país ao outro, de uma continente a outro. Esse dimensionamento mais abrangente é explicado pelo fato de as viagens ocorrerem com mais frequência, muitos já quererem sair de casa e buscar autonomia, ocorrer uma grande mobilidade, existirem inúmeras opções de lazer e uma gigantesca rede de contatos. Além disso, a classificação como primeira pandemia da era globalizada leva a pensar em outros aspectos, como a rede de cidades com enfoque nos transportes, que é responsável para a compreensão da disseminação do vírus, que foi de um continente a outro. Sua chegada ao Brasil, especialmente em São Paulo, mostra como os conceito de rede e hierarquias urbanas são primordiais para compreender a propagação da nova doença. Os pesquisadores apontam ainda no estudo que os meios imateriais podem ser um fator de risco, como as notícias falsas que quando difundidas podem aumentar o pânico e o medo. Finalizando,o artigo aponta que o problema enfrentado demonstra que as pessoas têm que ser mais solidárias, conscientes da situação e do espaço. É um momento em que não se deve pensar individualmente, e sim na coletividade.
Este é o resumo de um artigo de Maria Encarnação Beltrão Sposito e Raul Borges Guimarães, professores do Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), disponibilizado no site Observatório das Metrópoles.
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Foto: Breno Procópio/Centro do Rio de Janeiro
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